terça-feira, 9 de agosto de 2011

Manutenção em fachadas com pastilhas

Um dos mais antigos revestimentos em prédios, as pastilhas ainda são muito utilizadas e têm a preferência de muitos condomínios, devido a sua praticidade, baixo custo de aplicação e manutenção.
Os primeiros edifícios brasileiros contendo revestimentos de pastilhas cerâmicas ou vitrificadas surgiram por volta de 1950, com excelentes resultados, devido à boa aceitação desse acabamento pelo mercado da construção civil. A beleza estética devido à facilidade na combinação de cores, brilho e aparente solidez atraíram o consumidor brasileiro, que valoriza os acabamentos com pastilhas. Painéis artísticos decorativos, com mosaicos e desenhos, também são comuns nesse tipo de acabamento, alguns compondo paredes, fachadas de edifícios e outras aplicações.
A aplicação das pastilhas é simples, compreendendo, basicamente, quatro etapas seqüenciais: a preparação do substrato na superfície a ser revestida, a aplicação da argamassa sobre o substrato e nas placas de pastilhas, a fixação das placas de pastilhas na superfície com pressão e batidas e a remoção do papel e no final limpeza e revisão do rejuntamento da superfície.
Anomalias
A ocorrência de desprendimentos, trincas e “bolhas”, em reduzidas proporções, são normais nesse tipo de revestimento, devido às próprias características do mesmo. Tratando-se de conjunto de placas com dezenas de milhares de pequenas unidades, em geral com medidas de apenas 1,5 cm² e quatro faces, compreensível a impossibilidade técnica de haver fixação absoluta dos milhares, ou até mesmo milhões de peças componentes desses revestimentos, principalmente nos casos de fachadas.
Além dessa dificuldade devido às reduzidas dimensões das pastilhas, deve-se considerar a possibilidade da ocorrência dessas anomalias, também, devido às naturais movimentações da edificação na sua fase de acomodação inicial, logo após sua conclusão, e, outra vez, na sua fase de acomodação final da estrutura, com as naturais deformações lentas da estrutura.
No decorrer da vida útil de qualquer edificação são compreensíveis, também, outras ocorrências dessas anomalias devido às constantes e inevitáveis movimentações da estrutura devido às variações térmicas diárias, principalmente nas fachadas, ora com dilatações diurnas devido à incidência do sol (+ 40°C), ora devido às retrações noturnas devido às baixas temperaturas (5ºC). Falhas de execução ou materiais inadequados podem, também, provocar anomalias por falta de aderência. Tais problemas, porém, costumam se manifestar logo nos primeiros anos do edifício, fase de maior incidência das movimentações da estrutura por acomodação inicial e variações térmicas.
O surgimento de novos focos de anomalias ou agravamento das originárias, no entanto, decorrem, principalmente, da falta de manutenção das fachadas, pois as infiltrações pelos rejuntes deteriorados provocam grandes focos de desprendimentos, descolamentos e trincas.
Manutenção
A boa manutenção dos revestimentos em pastilhas requer tão somente a limpeza periódica e revisão dos rejuntamentos anualmente, sem embargo dos reparos devido à ocorrência de desprendimentos de pequenos trechos, trincas e “bolhas”. Tradicionalmente, porém, os condomínios brasileiros não fazem à manutenção das fachadas, motivo da deterioração precoce e redução da vida útil desses revestimentos.
Em geral, as fachadas revestidas com pastilhas apresentam bom desempenho, apesar das anomalias inerentes às suas características mais intrínsecas.
A necessidade de assistência técnica e manutenção, na fase de garantia, e da continuidade da manutenção ao longo da vida útil das fachadas em pastilhas, são imprescindíveis para o bom funcionamento desse revestimento. A execução dos inevitáveis reparos, limpezas e rejuntamentos, para preservar a vida útil, não “sensibilizam” os condomínios, pois mesmo sem tais cuidados, esses revestimentos resistem a uma vida útil longa, de aproximadamente 30 anos, sem embargo dos prejuízos estéticos e riscos devido ao agravamento das anomalias.

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